História

No dia 22 de janeiro de 1932 era criada oficialmente a OAB/SP e, em março daquele ano, foi tomada a decisão pela então diretoria seccional presidida por Plínio Barreto de criar subseções com sede nos principais municípios paulistas.

Em 31 de março de 1932, o jornal Diário Nacional relacionava os nomes dos advogados inscritos nas subseções, apresentando na cidade de Bauru os advogados Bernardo Antonio de Souza, Francisco de Faria Bastos e Cussy de Almeida Junior, eleito o primeiro secretário em 1933 e presidente em 1937.

Assim sendo, coube à 21ª subseção, sediada em Bauru, defender a cidadania, os direitos dos advogados e da população daquela região de Bauru, Piratininga e Duartina.


Diário Nacional, 1932

No ano seguinte, em 1933 houve a composição da primeira diretoria da subseção, na qual elegeu o dr. Brenno Pinheiro Machado Ribas como presidente. Este momento histórico da Ordem em Bauru foi registrado em Ata da Primeira Eleição, regida e assinada pelo advogado dr. Bernardo Antonio de Souza:

“Aos vinte e seis dias do mês de março do ano de mil novecentos e trinta e três no edifício do Fórum desta cidade, às dez horas da manhã, (…) pelo juiz foi declarado que se iniciasse os trabalhos para a eleição da directoria da 21ª subseção da Ordem dos Advogados do Brasil e determinou ao secretário que procedesse as chamadas dos advogados inscritos…”– Ata da Primeira Eleição, 1933

1ª Diretoria
Presidente: Brenno Pinheiro Machado Ribas
Vice-Presidente: Aristides Pereira de Campos
1º Secretário: Cussy de Almeida Júnior
2º Secretário: Jayme Laurenciano
Tesoureiro: Hugo Celidonio Gomes dos Reis

Desde sua fundação, as reuniões e atividades que envolviam os processos administrativos da 21ª subseção eram realizadas em uma sala anexa ao antigo Fórum situado nas esquinas da rua Azarias Leite com a avenida Rodrigues Alves.

Mais tarde, com a inauguração do novo Fórum da comarca, localizado no Jardim Boa Vista, a subseção se instalou em uma sala com maiores dimensões. No entanto, a classe dos advogados ainda sonhava com uma sede própria, dedicada ao atendimento dos advogados e da população.

Durante a primeira gestão de Emilio Viegas Filho o assunto sobre a sede oficial da 21ª subseção se fortalecia, sendo cogitada a aquisição do edifício que sediava o Automóvel Clube de Bauru. Ao longo da gestão de Itamir Crivelli houveram negociações junto ao Poder Público Municipal para a doação de uma área destinada à construção da sede, porém, embora tenha ocorrido a doação de 42 m² próximo ao Fórum, não foi possível finalizar o processo.

Em 1981, foi possível realizar a doação de uma área de 1.375,50 m² localizada no chamado Novo Eixo de Desenvolvimento Urbano da cidade, na Av. Nações Unidas e, sete anos depois, a Casa do Advogado de Bauru foi inaugurada sob a gestão do dr. Valdomir Mandaliti.

A inauguração da Casa do Advogado foi assim anunciada pelo jornal O Estado de S. Paulo em 1988:

“Será inaugurada dia 11 a Casa do Advogado de Bauru, antiga reivindicação da classe. O projeto é de autoria do arquiteto Jurandyr Bueno Filho e, além de servir aos advogados da cidade e da região, vai incorporar-se ao patrimônio municipal, sendo mais uma opção para a realização de eventos sociais e culturais. São mais de 1.400 metros quadrados de área construída, distribuídos em dois pavimentos: no piso inferior estão localizados o saguão e uma biblioteca, que será aberta ao público. No andar superior, ficarão instaladas as repartições administrativas.” O Estado de S. Paulo, 1988


O Estado de S. Paulo, 1988

Diretoria atual – Gestão 2019/2021:

Presidenta: Márcia Regina Negrisoli Fernandez Polettini

Vice-Presidente: Adilson Elias de Oliveira Sartorello

Secretária Geral: Ednise de Carvalho Rodrigues

Secretário Adjunto: Bruno Prado Guedes de Azevedo

Tesoureiro: Alisson Caridi

 

Diretoria – Gestão 2016/2018:

Presidente: Alessandro Biem Carvalho

Vice-Presidente: Márcia Regina Negrisoli Fernandez Polettini

Secretário Geral: Edson Franciscato Mortari

Secretário Adjunto: Eduardo Jannone da Silva

Tesoureiro: Fabio Augusto Simonetti

Galeria de ex-presidentes

1933/1935 – Brenno Pinheiro Machado Ribas
1935/1937 – Brenno Pinheiro Machado Ribas
1937/1939 – Cussy de Almeida Jr.
1939/1941 – Vitor Curvelo Jr.
1941/1943 – José Nabantino Ramos
1943/1945 – Brenno Pinheiro Machado Ribas
1945/1947 – Milton Castro Ferreira
1947/1949 – Brenno Pinheiro Machado Ribas
1949/1951 – Antônio Xavier de Mendonça
1951/1953 – Antônio Xavier de Mendonça
1953/1955 – Antônio Xavier de Mendonça
1955/1957- Francisco de Farias Bastos
1957/1959 – Francisco de Farias Bastos
1959/1961 – Sylvio Luis da Costa
1961/1963 – Dagoberto Magalhães Zimmermam
1963/1965 – João Lozano cruz
1965/1967 – Roberto Teles Sampaio
1967/1969 – Calil Rahal
1969/1971 – Calil Rahal
1971/1973 – José Cardoso Margarido
1973/1975 – Emilio Viegas Filho
1975/1977 – Emilio Viegas Filho
1977/1979 – Emilio Viegas Filho
1979/1981 – Octaviano Stillac Lima
1981/1983 – Itamir Crivelli
1983/1985 – Itamir Crivelli
1985/1987 – Valdomir Mandaliti
1987/1989 – Valdomir Mandaliti
1989/1991 – Ailton José Gimenez
1991/1993 – José Eduardo Leal
1993/1995 – Flavio Henrique Zanlochi
1995/1997 – Henrique Crivelli Alvarez
1998/2000 – Gerson Moraes Filho
2001/2003 – Edson Roberto Reis
2004/2006 – Edson Roberto Reis
2007/2009 – Caio Augusto Silva dos Santos
2010/2012 – Caio Augusto Silva dos Santos
2013/2015 – Alessandro Biem Cunha Carvalho

Um pouco mais de história…

Bauru em 1932

Quando a Ordem dos Advogados surgia oficialmente no Estado de São Paulo, em 1932, e paralelamente suas vinte e oito subseções, o cenário político e social brasileiro era de constantes reinvindicações movidas pelo desejo de haver uma Constituição pautada na liberdade democrática.

Os motivos que incentivaram o início dos movimentos da Revolução de 1932 datam de dois anos antes, em 1930, quando a Revolução daquele ano depôs o presidente Washington Luis e impediu a posse do paulista Júlio Prestes, gerando grande revolta nos paulistas quando Getúlio Vargas assumiu a presidência provisória.

Em resposta à Revolução de 1930, houve a Revolução de 1932 que reivindicava uma nova Assembleia Constituinte. O ano de 1932 se caracterizou pelos intensos confrontos armados, considerados um dos maiores movimentos cívicos do Estado de São Paulo, tendo a participação de diversas cidades do interior, dentre elas a cidade de Bauru.

Sabe-se que a Revolução contou com o apoio da imprensa e de jornais que noticiavam os acontecimentos da época. Naquele ano, o jornal Diário Nacional compartilhou informações sobre a organização de Bauru:

“O comício realizado em Bauru atesta eloquentemente o quanto de entusiasmo vai na alma do povo paulista do interior. A recepção feita à caravana marcou época cívica de S. Paulo. Já antes, se realizará um comício organizado por elementos daquela cidade. Tanto um como outro foram concorridíssimos, tendo sido os oradores aplaudidos entusiasticamente por uma multidão incalculável. (…) Bauru já enviou cerca de trezentos voluntários para S. Paulo e terá outros tantos aguardando apenas ordem de embarque…” Diário Nacional, 1932


Diário Nacional, 1932

A data 9 de julho, início da Revolução de 1932, se tornou símbolo da luta em prol da liberdade democrática e é comemorada ainda hoje. Em 1935, o jornal Correio Paulistano noticiou as comemorações na cidade de Bauru. O então presidente da OAB/ Bauru, dr. Cussy de Almeida Jr., fez os pronunciamentos:

“Comemorou-se ontem, nesta cidade, a data 9 de julho. As festividades comemorativas da guerra paulista tiveram início pela manhã (…). À noite, as 21 horas no Theatro S. Paulo, perante numerosa assistência, realizou-se uma sessão cívica, durante a qual usaram da palavra os srs. Dr. Cussy de Almeida Jr., prof. Durval Guedes Azevedo, prof. José Guedes Azevedo…” Correio Paulistano, 1935


Correio Paulistano, 1935

Sabe-se que Casimiro Pinto Neto, criador do famoso sanduíche Bauru, participou da Revolução de 32 no Batalhão 14 de julho, composto por principalmente estudantes constitucionalistas. O Batalhão formado por universitários, recebeu este nome em referência ao dia em que os jovens universitários partiram de São Paulo para Itararé, na fronteira com o Paraná.


O Estado de São Paulo, 1956

Segundo historiadores, ainda que os revolucionários constitucionalistas tivessem sido vencidos, suas lutas tiveram consequências e, o desejo de haver uma nova Assembleia Constituinte, atendido.

As Ferrovias de Bauru

A história de Bauru se confunde com os tempos áureos das ferrovias tendo, durante anos, sua malha ferroviária reconhecida como uma das mais importantes quanto ao transporte de mercadorias como o café. Por unir tantas regiões, Bauru foi considerada como uma cidade de passagem, eixo de articulação entre as cidades.

O cruzamento de Estradas de Ferro na região transformou a cidade em um grande centro comercial, o qual motivou seu desenvolvimento econômico e social. Em 1905 chegou à cidade a Estrada de Ferro Sorocabana, a qual ligava Bauru a São Paulo e em pouco tempo a Estrada de Ferro Noroeste do Brasil inaugurava seu primeiro trecho que conectava Bauru a Avaí e, em 1908, a linha foi prolongada para Corumbá, região de Mato Grosso do Sul rumo às fronteiras da Bolívia e Paraguai.

Mais tarde, a Companhia Paulista de Estrada de Ferro se instalavam na cidade, fazendo de Bauru abrigo de um dos maiores entroncamentos ferroviários do interior do Estado.

A importância de Bauru no contexto históricos ferroviário se deu pelo encontro dessas ferrovias, colocando a cidade em contato com diversas regiões do Estado, o que na época era um privilégio apenas comparado à Capital.


Estação em Construção – Noroeste (NOB)